A medida americana sofreu críticas vindas do mundo inteiro. O que acontece é que quando a moeda de um país está valorizada em relação ao dólar suas exportações são prejudicadas, já que os produtos ficam mais caros perante o mercado internacional. Também as empresas internas sofrem perdas, pois as importações ficam mais baratas.
Os países emergentes, menos afetados pela crise financeira, são os principais “alvos” das injeções de dólar. O Brasil vem sendo particularmente prejudicado, já que encontra-se em condições econômicas estáveis e apresenta alta taxa de juros (estratégia adotada para frear o consumo e consequentemente o superaquecimento da economia), permite que estrangeiros tomem dinheiro emprestado e apliquem aqui, lucrando com a diferença entre as taxas, o que é chamado de “Carry Trade”.
Como medidas para embarreirar esta entrada de capital estrangeiro, o governo brasileiro e o Banco Central (responsável por executar a Política Monetária no país) elevaram o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre entrada de capital estrangeiro de 2% para 6% e elevaram sua capacidade de comprar dólares, enxugando o excesso da moeda americana no país.
Manter o câmbio sob controle, buscando sempre a desvalorização é, sob muitos aspectos, ilegal. Porém, países como a China adotam medidas agressivas de acumulação de reservas para proteger seus mercados internos e incentivar a exportação.
Em última entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, a futura presidente Dilma Rousseff afirmou que manterá o regime de câmbio flutuante: “o ajuste das economias internacionais não podem ser feitas com base em desvalorizações competitivas, que você tenta ganhar o seu ajuste nas costas do resto do mundo."
O fato é que o turismo receptivo, assim como qualquer atividade exportadora, também é afetado negativamente com a valorização do real. Sem contar que mais brasileiros viajam para fora do país, aproveitando a baixa do dólar. Tudo isso contribui para o déficit na Conta Viagens Internacionais, como já exposto anteriormente no blog.
Ao que tudo indica, a guerra cambial está longe de terminar. Enquanto a economia americana não se recuperar da crise ocorrida há dois anos, teremos o dólar desvalorizado e nações fazendo o possível – algumas nem tanto – para manter suas moedas longe da valorização.
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