Os monitores de Turismo de 2012 têm o prazer de continuar com o blog, que foi uma ideia inspiradora e que deve ser mantida. Por isso, mesmo com a greve, estaremos trazendo notícias do trade e do fenômeno turístico em si, pensando sempre na interdisciplinaridade.

- Jéssica Souza 17/08/2012


É com muito orgulho que os monitores do curso de Turismo do ano de 2011 darão continuidade à louvável iniciativa dos monitores do ano anterior. Que a monitoria do Turismo seja marcada pela qualidade, pela seriedade e pelo compromisso com o ensino.

- João Freitas 13/05/2011

Este blog se destina aos estudiosos, curiosos ou simplesmente simpatizantes do Turismo. Elaborado por nós, monitores do Curso de Turismo da Universidade Federal Fluminense, pretendemos com ele, levar você, leitor ao conhecimento dos eventos atuais no turismo e ainda te despertar para a análise da prática deste fenômeno, saindo do senso comum presente muitas vezes na teoria acadêmica, nos discursos políticos ou mesmo na "boca do povo".

Até de forma um pouco contraditória, te convidamos a parar um pouco para pensar sobre esta que é uma das atividades mais movimentadas e movimentadoras do mundo.

Não há nada mais agradável do que falar de viagens, não é mesmo? Então seja muito bem-vindo e vamos juntos monitorar o turismo!

- Aline Luz 22/09/2010

domingo, 21 de novembro de 2010

Calendário de TCC - Semana 2

Amigos,
estamos entrando na segunda semana de apresentação dos trabalhos de conclusão de curso 2010.2.
Vamos comparecer!!!!

Niterói

23/11 - 8h
Simony Rodrigues Marins
Impactos do turismo: um estudo exploratório sobre atitudes e percepções de residentes e trabalhadores diretos do setor no municípo de Rio das Ostras
Orientador: Prof. Dr. Verônica Feder Mayer
Convidado: Prof. Dr.
Aguinaldo Cesar Fratucci
Depto. Turismo: Prof Dr. João Evangelista Monteiro

23/11 - 9h
Carmen Celeste Fernandez Gonzalez
Percepção de imagem da Lapa Carioca, inserida no atual porojeto Pólo Novo Rio Antigo: pesquisa exploratória com turistas, moradores e frequentadores
Orientador: Prof. Drª Verônica Feder Mayer
Convidado: Prof M.Sc
Carlos Alberto Soares Lidizia
Depto. Turismo: Prof M.Sc. Telma Lasmar

24/11- 11h
Bianca Keller Reis Nunes
Turismo de compras na rua Teresa em Petrópolis: uma comparação entre os visitantes a negócio e de lazer
Orientador: Prof. M.Sc. Renato Medeiros
Convidado: Prof . M.Sc
Eduardo Vilela
Depto. Turismo: Prof M.Sc Ana Paula Spolon


25/11- 9h
Juliana de Oliveira Enriques
O turismo em cena na sociedade do espetáculo: apoximações da atividade turístca com a arte teatral
Orientador: Prof. Drª Karla Estelita Godoy
Convidado: Prof. Drª
Martha de Mello Ribeiro
Depto. Turismo: Prof Drª Helena Catão Henriques Ferreira


25/11- 10h
Rayanna Alves Lavrador
Planejamento turístico em museus: o caso do Museu Histórico Nacional
Orientador: Prof. M.Sc. Telma Lasmar
Convidado: Prof M.Sc.
Eduardo Vilela
Depto. Turismo: Prof. M.Sc. Manoela Carrillo Valduga

25/11 - 11h
Sarah Borges Luna
A favela turística: a construção da autenticidade a partir da estética cinematográfica
Orientador: Prof. Drª Karla Estelita Godoy
Convidado: Prof Drª
Helena Catão Henriques Ferreira
Depto. Turismo: Prof M Sc. Bernardo Lazary Cheibub

25/11 - 12h
Guilherme Buzgaib Martins
Sistema de gestão ambiental em hotéis: a prática do Hotel Ibis Rio de Janeiro Santos Dumont na visão dos colaboradores
Orientador: Prof. M.Sc. Manoela Carrillo Valduga
Convidado: Prof. M.Sc
Bernardo Lazary Cheibub
Depto. Turismo: Prof.M.Sc. Carolina Lescura

26/11- 13h
Natalia Rodrigues Martins
Gestão da qualidade no departamento de governança nos hotéis de categoria cinco estrelas: análise do Hotel Copacabana Palace, Rio de Janeiro
Orientador: Prof. M.Sc. Carlos Alberto Lidizia Soares
Convidado: Prof M.Sc. Erly Maria de Carvalho e Silva
Depto. Turismo: Prof. Dr. Aguinaldo Cesar Fratucci


26/11- 14h
Thiago Warllenson Nascimento Meira
A privatização aeroportuária no Brasil e o turismo: uma análise crítica da gestão aeroportuária brasileira
Orientador: Prof. Dr. João Evangelista Dias Monteiro
Convidado: Prof. M.Sc.
José Carlos de Souza Dantas
Depto. Turismo: Prof M.Sc Fátima Priscila Edra

26/11 - 15h
Amanda Fontes de Olivera Franco
Parintins: infraestrutura aeroportuária e a Festa
Orientador: Prof. Dr. Adonai Teles
Convidado: Prof. M.Sc
Fátima Priscila Edra
Depto. Turismo: Prof Esp. Frederico Cascardo


Quissamã


23/11 - 19h
Paula Abib dos Santos
Os reflexos do futebol na formação da imagem do Brasil no exterior e seus impactos noo turismo receptivo
Orientador: Prof. M.Sc. Bernardo Lazary Cheibub
Convidado:
Prof M.Sc. Carlos Alberto Lidizia Soares
Depto. Turismo:
Prof M.Sc. Eduardfo Vilela

26/11- 19h
Alcione de Oliveira Roque
Caminhos do turismo em Quissamã: potencial de turismo etnico na Fazenda Machadinha
Orientador: Prof. M.Sc. Erly Maria de Carvalho e Silva
Convidado:
Prof M.Sc Rodrigo Tadini
Depto. Turismo:
Prof M.Sc. Telma Lasmar

26/11 - 20h
Maria Natividade Torres Cordeira
Agroturismo em Venda Nova dos Imigrantes: o olhar dos proprietários e visitantes
Orientador: Prof. M.Sc. Erly Maria de Carvalho e Silva
Convidado:
Prof M.Sc Telma Lasmar
Depto. Turismo:
Prof M.Sc. Rodrigo Tadini

27/11- 13h
Fellipe de Mello Penha
Surf Tourism: uma onda a ser desbravada no turismo de aventura
Orientador: Prof. Esp. Frederico Cascardo
Convidado:
Prof M.Sc. Bernardo Lazary Cheibub.
Depto. Turismo:
Prof M.Sc. Claudia Moraes

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Calendário de TCC - Semana 1

Essa semana começam as apresentações dos trabalhos de conclusão de curso do segundo semestre de 2010.
Vamos prestigiar nossos colegas! Além de ser uma oportunidade de aprendizado em relação aos temas apresentados é também uma forma de nos preparamos para as apresentações de TCC, afinal, todos nós teremos que passar por isso!
Segue o calendário dessa semana:

Niterói

18/11 - 08h
Ariane Pelle
Marketing de Serviços: Análise exploratória dos Cast Members e dos College Progrmans do Walt Disney World
Orientador: Prof Drª Veronica Feder Mayer
Convidado: Prof
M.Sc.Carlos Alberto Lidizia Soares
Depto. Turismo Prof M.Sc.Eduardo Vilela

18/11 - 09h
Frederico de Castro Nóbrega
Educação ambiental no Parque Estadual da Serra da Tiririca
Orientador: Prof. Prof Drª Helena Catão Henriques Ferreira
Convidado: Prof Dr.
Aguinaldo Cesar Fratucci
Depto. Turismo: Prof Marcello de Barros Tomé Machado

18/11 - 10h
Natasha Ribeiro Bantim de Souza
As políticas públicas no processo de formação e gestão do Circuito das Águas Paulista
Orientador: Prof. Dr. Aguinaldo Cesar Fratucci
Convidado: Prof M.Sc
Renato Medeiros
Depto. Turismo: Prof Drª Helena Catão Henriques Ferreira

18/11 - 11h
Renata Haje de Carvalho
Impacto Econômico De Megaeventos – O Caso Da Copa Do Mundo Fifa 2014.
Orientador: Prof. Dr. João Evangelista Dias Monteiro
Convidado: Prof. M.Sc.
Eduardo Vilela
Depto. Turismo: Prof M.Sc Carlos Alberto Lidizia Soares

16/11 - 10h
Vanessa da Conceição Gomes
A Parada do Orgulho LGBT como incremento turístico para a cidade do Rio de Janeiro Orientador: Prof. Rodrigo Tadini
Convidado: Prof M.Sc.
Erly Maria de Carvalho e Silva
Depto. Turismo: Prof M.Sc. Eduardo Vilela

Quissamã

17/11 - 14h
Fabiana Gomes da Silva Machado
Estudo de acessibilidade no roteiro Niterói em Três dias, proposto pela Neltur, na cidade de Niterói - RJ
Orientador: Prof. Dr. Marcello de Barros Tomé Machado
Convidado:
Prof M.Sc. Renato Medeiros
Depto. Turismo:
Prof Drª Helena Catão Henriques Ferreira

17/11- 19h
Rúbia Ribeiro Fortes Vieira
Fruticultura orgânica aliado ao agroturismo: um novo caminho para o turismo no espaço rural no município de Delfim Moreira - MG
Orientador: Prof. Dr. Marcello de Barros Tomé Machado-
Convidado:
Prof Dr. Osiris Marques Bezerra
Depto. Turismo:
Prof Drª Carlos Alberto Lidizia Soares

Voluntários para Projeto de Pesquisa

Amigos,


Repasso a informação da profª Karla Godoy sobre voluntários para Projeto de Pesquisa.

Lembramos que a participação em projetos de pesquisa e grupos de estudo é uma grande oportunidade para aprimorar a nossa formação acadêmica. Vamos participar!



O Grupo de Pesquisa Turismo e Cultura irá selecionar voluntários para o Projeto de Pesquisa intitulado “LEVANTAMENTO, ANÁLISE E PROGNÓSTICO DA DEMANDA TURÍSTICA EM MUSEUS DO ESTADO RIO DE JANEIRO: O IMPACTO DOS MEGAEVENTOS ESPORTIVOS DE 2014 e 2016”. Inicialmente, os voluntários deverão realizar aplicação de questionários em museus do Estado do Rio de Janeiro para o público visitante, em 8 dias alternados dos meses de janeiro e fevereiro. A participação do voluntário irá gerar certificado de participação, com carga-horária especificada.

As inscrições dos interessados deverão ser encaminhadas, até o dia 21/11 (domingo), para o e-mail: turismoecultura.uff@gmail.com com o assunto: “Confirmação de inscrição – voluntário”. Os candidatos passarão por uma entrevista, agendada para o dia 24/11 (quarta-feira), entre 10h e 14h, em sala e horário a serem definidos para cada candidato e informados entre os dias 22 e 23/11, através de resposta por e-mail.


Para informações sobre o Grupo, acessar:

http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo.jsp?grupo=0005613Z6GV4CL

e

http://gpturismoecultura.blogspot.com/

Profª Karla Godoy




quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Concurso Público da Embratur. Cadê o turismólogo?

Após quase sete meses de divulgação - e muita ansiedade - foi lançado na última segunda, dia 08 de novembro, o edital do primeiro concurso público da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo).

A Embratur é a autarquia especial do Ministério do Turismo responsável pela execução da Política Nacional de Turismo no que diz respeito à promoção, marketing e apoio à comercialização dos destinos, serviços e produtos turísticos brasileiros no mercado internacional. Teve sua atribuição direcionada exclusivamente para a promoção internacional a partir de 2003, com a criação do Ministério do Turismo.

Mas, por trás dessa boa notícia divulgada sobre o concurso, infelizmente há uma grande polêmica. Segundo o edital, serão disponibilizadas 35 vagas para o cargo de técnico especializado.

Provavelmente, vocês, leitores, estão agora se perguntando: técnico especializado em quê? Turismo? Bem, se esse ‘especializado’ estiver relacionado à especialização acadêmica do candidato, posso te responder: técnico especializado em qualquer coisa!

Diante da boa notícia do primeiro concurso, fica a indignação pela não destinação das vagas aos bacharéis em Turismo. O Instituto disponibilizará 35 vagas para Técnico Especializado com nível superior, sem definição de atribuição na portaria.

Antes de sair o edital, já tinha ouvido boatos e lido diversos protestos na internet. Pensava “será que realmente a Embratur não iria dedicar suas primeiras vagas de concurso aos turismólogos?” e não conseguia acreditar. Tente pesquisar no Google as palavras-chave: concurso – Embratur – turismólogo. Você verá muitos resultados: sites cheios de depoimentos dos bacharéis em turismo – e por que não dizer, turismólogos – completamente indignados com o descaso do Governo. Eles se perguntam: Se nem a Embratur e o Ministério do Turismo (que também abriu concurso recentemente, sem vagas destinadas a turismólogos) valorizam esses profissionais, quem o fará? E um ainda mais revoltado com a situação escreveu: “Acho que eu deveria ter feito engenharia, quem sabe assim eu conseguiria trabalhar com turismo”.

A alegação de muitos para a inexistência da destinação de vagas aos bacharéis em turismo é a – ainda - não regulamentação da profissão. Sabemos que a profissão “turismólogo” não é regulamentada, mas isso não impediu que outros concursos públicos fossem direcionados a este profissional. E ainda que este 'termo' não fosse usado, a exigência de nível superior completo em turismo poderia ser um requisito para os candidatos.

Mas, caro colega, nem isso foi solicitado! Para os cargos mais parecidos com a nossa futura profissão, o tal técnico especializado, é exigido nível superior em qualquer área de conhecimento! Pelo visto, o turismólogo que comentou no site está correto. Talvez se ele fosse um engenheiro, sem conhecimento algum sobre o fenômeno turístico, poderia obter ótima nota no concurso e assumir um cargo de supervisão dentro da Embratur!

Para os outros cargos abertos, como administrador e economista, é exigido ensino superior completo em sua área. Nada mais certo: para trabalhar na Diretoria de Administração e Finanças da Instituição, é completamente lógico que se exija pessoas formadas em administração e economia. Mas por que para trabalhar com a promoção e comercialização dos produtos, serviços e destinos turísticos do País não é exigido que o candidato seja formado em turismo?!

Ainda preciso ressaltar, para minha maior indignação, que segundo o site oficial do Ministério, o objetivo principal destes concursos é construir um quadro de servidores reforçado e adequado para os futuros desafios do País, como a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Será que um médico que passe neste concurso estará mais preparado e será mais adequado que um bacharel em Turismo, que passou anos estudando o fenômeno e o mercado turísticos?

De qualquer forma, para quem se interessar, as inscrições começaram ontem e vão até o dia 20 de dezembro. Abaixo, o link para o edital:

http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/noticias/todas_noticias/Noticias_download/Edital_-_embratur.pdf

Boa sorte! E que nós possamos fazer a diferença!



Referências:

http://www.turismo.gov.br/turismo/noticias/todas_noticias/20101105-6.html

http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/embratur/

http://www.concursos-abertos.org/concurso-do-ministerio-do-turismo-2010/

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

XIII Semana de Monitoria

É com muito orgulho que, em nome de todos os monitores do curso de turismo da UFF, venho parabenizar o monitor Marcelo Nunes pelo prêmio de melhor projeto de monitoria, na sessão Ciências Sociais Aplicadas II na XIII Semana de Monitoria.

A seleção do projeto de monitoria foi realizada em duas etapas. A primeira, ocorreu na segunda-feira (08/11) com a apresentação de todos os projetos de monitoria do curso de turismo. A banca avaliadora, formada por professores dos departamentos de Administração, Ciências Contábeis e Turismo, selecionou o projeto do Marcelo, monitor das disciplinas Gestão Financeira I e II para representar o departamento de turismo na segunda etapa.

Nessa segunda etapa, realizada hoje (10/11), o projeto de monitoria do turismo competiu com cursos como Administração, Direito, Serviço Social e Arquitetura e Urbanismo, obtendo a primeira colocação.

Em sua apresentação, Marcelo explicou sobre o perfil do curso de turismo, que por ser uma área multidisciplinar ainda conta com poucos professores bacharéis em turismo, e que, a monitoria, por ser uma iniciação à docência, exerce um papel fundamental para estimular a docência em pessoas que serão formadas nessa área.

Relatou também, sobre o desafio de tornar a disciplina Gestão Financeira mais atrativa aos olhos dos estudantes, que, de maneira geral, demonstram certa resistência à disciplinas relacionadas à matemática.

Por isso, durante seu trabalho como monitor, Marcelo buscou incentivar a discussão acerca da disciplina de forma lúdica. Além das tradicionais ferramentas usadas no programa de monitoria (como atendimento ao aluno e elaboração de material didático), tentou trazer as finanças para uma realidade próxima ao aluno. Assim, em breve, será realizado um quizz com perguntas sobre a matéria, foi realizado um ciclo de palestras, foi formado um grupo de estudo, incentivou-se a participação no Desafio Sebrae, além da contribuição ativa do monitor nesse blog. Sua apresentação ainda contou com a torcida em peso dos demais monitores de turismo.

De forma geral, foi possível conhecer algumas boas experiências da prática da monitoria realizada em outros departamentos, que poderão servir, para o nosso curso. Salientamos também, que o nível dos trabalhos apresentados em nosso departamento estavam compatíveis com os trabalhos de outros cursos. Parabéns a todos os monitores!

Ao Marcelo, o nosso agradecimento especial por representar tão bem o nosso curso. Certamente, tal premiação contribuirá para melhorar a visibilidade do curso e nos trará bons frutos.A vitória não foi só sua, mas do curso como um todo.




sábado, 6 de novembro de 2010

Dilma afirma que manterá o regime de câmbio flutuante

Nos últimos meses quando se fala em economia, se fala na guerra cambial. Trata-se da disputa entre países envolvendo a cotação de suas moedas, no sentido de tomar medidas para desvalorizá-las. Como conseqüência da reação dos Estados Unidos à crise financeira internacional ocorrida em 2008, de comprar títulos públicos, injetando dólar na economia, o dólar perdeu valor frente a uma série de outras moedas.

A medida americana sofreu críticas vindas do mundo inteiro. O que acontece é que quando a moeda de um país está valorizada em relação ao dólar suas exportações são prejudicadas, já que os produtos ficam mais caros perante o mercado internacional. Também as empresas internas sofrem perdas, pois as importações ficam mais baratas.

Os países emergentes, menos afetados pela crise financeira, são os principais “alvos” das injeções de dólar. O Brasil vem sendo particularmente prejudicado, já que encontra-se em condições econômicas estáveis e apresenta alta taxa de juros (estratégia adotada para frear o consumo e consequentemente o superaquecimento da economia), permite que estrangeiros tomem dinheiro emprestado e apliquem aqui, lucrando com a diferença entre as taxas, o que é chamado de “Carry Trade”.

Como medidas para embarreirar esta entrada de capital estrangeiro, o governo brasileiro e o Banco Central (responsável por executar a Política Monetária no país) elevaram o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre entrada de capital estrangeiro de 2% para 6% e elevaram sua capacidade de comprar dólares, enxugando o excesso da moeda americana no país.

Manter o câmbio sob controle, buscando sempre a desvalorização é, sob muitos aspectos, ilegal. Porém, países como a China adotam medidas agressivas de acumulação de reservas para proteger seus mercados internos e incentivar a exportação.

Em última entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, a futura presidente Dilma Rousseff afirmou que manterá o regime de câmbio flutuante: “o ajuste das economias internacionais não podem ser feitas com base em desvalorizações competitivas, que você tenta ganhar o seu ajuste nas costas do resto do mundo."

O fato é que o turismo receptivo, assim como qualquer atividade exportadora, também é afetado negativamente com a valorização do real. Sem contar que mais brasileiros viajam para fora do país, aproveitando a baixa do dólar. Tudo isso contribui para o déficit na Conta Viagens Internacionais, como já exposto anteriormente no blog.

Ao que tudo indica, a guerra cambial está longe de terminar. Enquanto a economia americana não se recuperar da crise ocorrida há dois anos, teremos o dólar desvalorizado e nações fazendo o possível – algumas nem tanto – para manter suas moedas longe da valorização.

Referências:


sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A fotografia como arte

A imagem clichê que mais representa o turista é do sujeito sempre com um câmera pendurada no pescoço, preparada para tirar fotos a qualquer momento. De fato, a fotografia é a forma que o turista encontra de tentar "congelar" o momento da sua visita. O que dizer, por exemplo das famosas fotos "segurando a Torre de Pizza"! A fotografia na história da arte, inovou o conceito da pintura moderna, fazendo com que a pintura acadêmica – que seguia as normas clássicas de representação da realidade – parecesse defasada. Agora era a fotografia captava o instante, não mais a pintura. Os artistas impressionistas, entendendo que não poderiam concorrer com a aproximação da realidade da fotografia, passam a querer apresentar a "pintura como pintura". Eles se distanciam do objeto e se interessam apenas pelo fazer artístico. O movimento se intutila impressionismo a partir da obra de Monet, "Impressão, nascer do sol". A técnica pictural considerada "desleixada", era não só rápida, como permetia um tipo de representação que correspondia à impressão natural visual.

Impressão, nascer do sol. Claude Monet, 1872

A fotografia, descoberta em meados dos anos trinta, desempenhou importante papel para os impressionistas. Enquanto muitos pintores acadêmicos entravam em conflito, alegando que os fotógrafos não eram artistas, os impressionistas recebiam muito bem a nova técnica.


O filosófo da Escola de Frankfurt, Walter Benjamin em seu ensaio A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica, discute a relação da fotografia com a perda do valor de culto da obra de arte. Para ele, muito foi falado sobre a questão de saber se a fotografia era arte ou não, mas, o que era interessante indagar era se a sua invenção não havia alterado a natureza da própria arte. Após a criação da fotografia houve um refuncionalização da arte que se emancipou da sua aura - espécie de poder divino da obra - a partir da sua reprodução. Lembrando que, a técnica da fotografia proporciona essa reprodutibilidade.


No turismo a fotografia terá papel fundamental na exposição do destino. Tanto a partir de imagens de turistas - atualmente divulgadas em blogs e fotoblogs - quanto daquelas produzidas para materiais de divulgação. Mesmo que as imagens sejam a tentativa mais fiel de retratar o real, haverá todo um trabalho estético no seu fazer. Assim, a fotografia será uma cópia semelhante a realidade.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Palestra Finanças Pessoais - Bovespa

No último dia 20 de outubro tivemos a presença do palestrante Mauro Salerma, da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), que falou com os alunos de Gestão Financeira sobre o tema Finanças Pessoais.

Dentre os assuntos abordados, o professor Mauro destacou a importância da poupança e do planejamento financeiro para o profissional de qualquer área. Frisou que a Educação Financeira, diferentemente da Educação Formal que se aprende nas escolas e universidades, ainda é muito negligenciada até mesmo por profissionais de alta qualificação. Muitas vezes, mesmo com um alto salário, o profissional não consegue administrar bem suas contas e suas dívidas, e acaba refém dos altos juros e de outras despesas desnecessárias, que consomem por inteiro o resultado de um mês de trabalho duro.

Algumas questões apontadas pelo palestrante foram o consumismo desmedido na sociedade que vivemos, além da facilidade que o “dinheiro de plástico” (cartões de crédito) proporciona, permitindo que pessoas gastem hoje uma quantia que elas ainda não possuem. Como forma de minimizar esses impactos, Mauro sugere uma autoreflexão composta por três perguntas básicas que devem ser feitas na eminência da compra de determinado bem ou serviço: 1- “Eu preciso?”, 2-“Eu posso?” e 3-“Tem que ser agora?”; questionamentos que segundo o profissional de finanças, podem evitar muitos gastos desnecessários gerados pelo impulso do consumismo.

O professor apresentou ainda os investimentos no Mercado de Ações como uma forma viável de complementação de renda, para pessoas dispostas a assumir certo grau de risco, além ainda, da possibilidade de investir em títulos da Dívida Pública, que são mais seguros, ideal para investidores mais conservadores.

A contribuição do professor Mauro foi muito significativa, em especial aos alunos de GF2 que começam a estudar o Mercado Financeiro, pois nos permitiu observá-lo por um outro lado, ou seja, sob o ponto de vista do investidor individual. Enquanto estudamos em sala as Finanças Corporativas, que nada mais são do que as empresas recorrendo ao Mercado Financeiro para captar recursos que financiem seus investimentos, a palestra da Bovespa nos permitiu analisar como essa dinâmica funciona na “outra ponta”, ou seja, o investidor em busca das ações mais rentáveis negociadas na Bolsa, como forma de complementar sua renda pessoal.

Outra contribuição muito valiosa para o Turismo é perceber o quanto nós, que trabalhamos nesta área, somos dependentes de que as pessoas tenham uma grande preocupação com suas Finanças Pessoais. Conforme já abordado anteriormente neste blog, o Turismo, segundo Maslow, não se encontra entre as necessidades básicas do Homem, sendo, por esse motivo, uma das primeiras despesas cortadas pelas famílias quando o orçamento aperta.

E aí, vamos poupar?

Referências:

Cursos Bovespa

MASLOW, Abraham H. A theory of Human Motivation. 1943. Disponível aqui.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Brazil is Calling You

Para um destino turístico ser bem sucedido, é preciso atrair, atender bem e gerar uma repercussão positiva para o turista. Assim, as estratégias de marketing são fundamentais ao se falar em gestão de um destino. A figura abaixo, elaborada por Petrocchi, mostra as etapas de comunicação de um Destino Turístico.

ETAPAS DE COMUNICAÇÃO DO DESTINO DE TURISMO (COM BASE NO CONCEITO AIDA)

As estratégias devem ser estabelecidas para cada mercado emissor selecionado

Informar sobre a existência do destino;

Fazer compreender/ posicionar o destino;

Motivar. Despertar o desejo da visita;

Induzir a compra dos pacotes turísticos;

Repetir a visita e recomendar a terceiros.

Fonte: PETROCCHI, Mario. Turismo: planejamento e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009, p. 284

De acordo com Petrocchi, “a promoção do destino deve ser alinhada às estratégias de marketing estabelecidas no planejamento estratégico, como a seleção de mercados geográficos, o destaque das vantagens diferenciais e a divulgação dos produtos do destino.” (2009, p. 285)

Pensando na Copa do Mundo 2014, a EMBRATUR lançou o canal Visit Brazil no Youtube com vários vídeos promocionais para divulgar o país. Ao fim da última Copa foi apresentado o vídeo “Brazil is calling you”. Vale a pena conferir:

O posicionamento de mercado e a divulgação da marca são aspectos importantes no planejamento de um destino turístico. Espera-se, entretanto, que o sucesso da marca e da imagem do país vá além de campanhas publicitárias (área em que temos méritos reconhecidos) e que não corramos o risco de oferecer um produto além da nossa realidade.

Ressalta-se que “durante a permanência no destino, o visitante buscará confirmar as expectativas criadas pelas mensagens promocionais que recebeu. As promessas de satisfação e as horas da verdade representam um ciclo de relações entre o destino e o turista” (PETROCCHI, 2009, p. 285). O que se espera é que as expectativas criadas por essas imagens sejam atendidas e que o turista, além de conhecer belos cenários, conte também com uma infraestrutura adequada e serviços de qualidade para que viva uma boa experiência no país.


Fonte: PETROCCHI, Mario. Turismo: planejamento e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Os Novos Turistas



Sabe-se que o turismo é considerado supérfluo na escala de necessidades do indivíduo (para mais detalhes, leia a Teoria das necessidades humanas de Maslow). Seu produto somente será consumido após termos satisfeito as necessidades primeiras, tais como, alimentar-se, vestir-se e etc. Portanto, uma pessoa ou família, conforme cresce sua renda, começa a usufruir de outros serviços e bens até então não contemplados por seu orçamento.

Segundo o ministro Luiz Barreto, “um alargamento do mercado de consumo do país com a entrada de mais de 20 milhões de brasileiros na classe média refletiu no aumento do número de viagens nos últimos dois anos".

A recuperação econômica, o aumento da confiança do consumidor, a desvalorização do dólar em relação ao real (o que, como já visto em posts anteriores, barateia os pacotes turísticos) e as facilidades de financiamento são os principais responsáveis pelo fenômeno, que faz com que a classe C consiga encaixar viagens em seu orçamento.



A companhia aérea TAM, por exemplo, anunciou uma parceria com o Itaú Unibanco para financiar passagens em até 48 vezes. De acordo com a companhia, a nova parceria tem o objetivo de trazer para aviação civil pessoas que hoje estão habituadas a fazer viagens de longa distância de ônibus.

Já a GOL abriu sua primeira loja com a bandeira Voe Fácil no Largo 13 de Maio, em Santo Amaro, reduto de comércio popular de São Paulo. Por meio do programa, o cliente pode parcelar viagens em até 36 vezes. A renda mínima para se obter o cartão, de acordo com a empresa, é de um salário mínimo.

Enquanto isso a Caixa Econômica Federal firmou parceria com a Associação de Agências de Viagens do Interior do Estado de São Paulo (Aviesp) prevendo o financiamento de pacotes turísticos em até 24 meses, com valor máximo de R$ 10 mil por pessoa. O crédito faz parte do programa Crediário Caixa Fácil Turismo.

"As empresas do segmento de turismo, afinadas com o crescimento do poder de consumo das classes C e D, podem oferecer a esse público novas opções de lazer com formas de pagamento adequadas ao seu orçamento", destacou a instituição. Segundo dados do Ministério do Turismo, o banco responde por 63% do volume de recursos dos bancos oficiais direcionados para o setor.

"Depois da troca da geladeira e do fogão, a viagem com a família é o novo sonho possível do brasileiro", diz Guilherme Paulus, presidente do Conselho de Administração da CVC, o maior grupo empresarial do setor na América Latina.

Neste cenário, gestores de empresas e destinos turísticos deverão repensar suas estratégias administrativas, tendo em vista o perfil de gastos e consumo destes novos turistas.


Referências:

Classe C dá fôlego ao crescimento do setor de turismo

TAM parcela em até 48 vezes e Gol abre loja para conquistar a classe C

Caixa faz acordo com agências do interior de SP para financiar viagens

MASLOW, A. Motivation and Personality, 2 ed., Harper & Row, 1970.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Diferenciando Credor de Acionista

Sabemos que quando uma empresa ou uma entidade precisam financiar seus projetos internos, elas recorrem ao Mercado Financeiro, já que é lá que ocorre o encontro entre os que necessitam de recursos financeiros (as empresas) e os que possuem (investidores).

Uma empresa pode emitir dois tipos de títulos para se capitalizar: títulos da dívida e títulos de propriedade. Em virtude disso, dentre os investidores que os compram, destacam-se dois grupos distintos, os credores e os acionistas.

O investidor que empresta dinheiro se torna credor da dívida da empresa, e esta passa a dever para ele o valor igual ao que foi emprestado, acrescido de um valor a mais, pago periodicamente, que são os juros. Esta obrigação possui uma taxa pré fixada, e o valor dos juros pagos a cada período não varia.

Quando um investidor prefere comprar uma ação, ele se torna um acionista ou dono da empresa, pelo menos de uma fração bem pequena dela. A este não cabe a devolução do valor investido, mas sim uma remuneração residual ao final de cada exercício, chamada dividendo. Diferente dos juros que são fixos, os dividendos são uma forma de remuneração variável e que está condicionada ao desempenho da empresa em determinado período, além de sua política de distribuição de dividendos. Em geral, a empresa só distribui dividendos nos exercícios em que conseguiu saldo positivo, daí dizermos que o acionista tem direito ao valor residual da empresa.

Ao investirmos nosso dinheiro em um título, analisamos e comparamos a natureza dos investimentos sob três dimensões: risco x rentabilidade x liquidez. Dificilmente um título, seja de renda fixa (dívida) ou renda variável (propriedade), consegue contemplar os três quesitos. As dívidas, por exemplo, são investimentos de baixo risco, liquidez relativa, mas em geral não tão rentáveis quando comparadas às ações que, apesar do bom retorno, costumam ser de elevado risco e boa liquidez.

Continuação no próximo post

Ilustrando essa Diferença

Os dois exemplos que ilustrarão a diferença entre os dois tipos de títulos são as Dívidas Públicas e a recente Oferta Pública de Ações feita pela Petrobrás.

A União, a exemplo de qualquer empresa de capital aberto, por vezes pode necessitar de recursos imediatos para financiar determinado projeto no país, cujos custos ultrapassam a arrecadação de impostos no período. Sejam obras de melhoria de infraestrutura, construção de escolas, hospitais, etc.

Uma das formas de adquirir esses recursos é através da emissão de Títulos da Dívida Pública, que funciona da mesma forma que uma obrigação de empresa, com a diferença de que ao adquiri-la, o investidor estará se tornando credor do país. Esses títulos geralmente são tidos como os de menor risco no mercado, uma vez que para que a dívida não seja quitada é preciso, por exemplo, que a economia do país quebre, ou que um presidente radical, que seja a favor do não pagamento da Dívida Pública, assuma o poder. Ou seja, eventos não tão corriqueiros de uma forma geral.


Falando agora sobre os Títulos de Propriedade: A maior capitalização de uma empresa na história do Capitalismo, segundo o ministro da Fazenda Guido Mantega, foi a ocorrida no final do mês passado, após Oferta Pública de Ações, que rendeu à Petrobrás R$120 bilhões, apenas parte dos R$224 bilhões previstos para financiar seu plano de investimentos até 2014.

A descoberta do pré-sal no litoral sudeste-sul do país surgiu como uma oportunidade única na história da Petrobrás. Estima-se que haja o equivalente a 20 bilhões de barris de petróleo aguardando para serem extraídos a 7 mil metros abaixo do nível do mar. Tamanha profundidade da camada exige uma tecnologia muito mais desenvolvida do que as existentes até hoje, além de uma infinidade de técnicos, especialistas, engenheiros e pesquisadores que deverá se ocupar do desafio pelos próximos anos.

Ajudando a financiar tudo isso estão os milhares de novos acionistas da Petrobrás, que adquiriram seus títulos de propriedade da empresa, e que agora passarão a receber dividendos periódicos como remuneração pelo emprego de seu capital. Algumas variáveis que afetarão a rentabilidade deste investimento são: A oscilação do preço do barril de petróleo, a cotação do dólar, a ocorrência de um vazamento de óleo em alguma plataforma e os incentivos governamentais.

Sabemos da discussão que envolve a distribuição dos royalties advindos da exploração do pré-sal. As cidades aonde a atividade ocorre – costeiras, e por isso muitas com turismo de sol e praia – têm seu potencial comprometido graças à chegada da indústria petroleira, que além de modificar as paisagens sensivelmente, ainda põe em risco os atrativos naturais dessas cidades, espantando o turista de lazer. Seja qual for a distribuição a nível federal dos royalties, tudo o que realmente esperamos é que eles sejam bem aproveitados, e tragam grandes investimentos que se reflitam em melhorias na qualidade de vida da população.

Atenção: Essa postagem não é uma solicitação ou recomendação de investimento. Essa postagem possui finalidade meramente instrutiva.

Referências:

Comissão de Valores Mobiliários

Conheça o Tesouro Direto

Introdução ao Mercado de Capitais

Petrobrás - site Pré-sal

AMARAL, Rafael Quevedo do e OREIRO, José Luis. A relação entre o mercado de dívida pública e a política monetária no Brasil. Rev. econ. contemp. [online]. 2008, vol.12, n.3, pp. 491-517. ISSN 1415-9848.

Veja também

Notícia 1, Notícia 2, Notícia 3, Notícia 4

As declarações dos nossos candidatos


Que a chegada dos próximos eventos esportivos provocou novo fôlego no setor turístico, ninguém duvida. A possibilidade de crescimento econômico, geração de emprego e visibilidade internacional crescente aliada a empolgação natural que o brasileiro tem com o futebol principalmente e também com os demais esportes, é uma combinação no mínimo interessante para os dircursos de nossos candidatos à Presidência da República.

O Conselho Nacional de Turismo já fez a sua parte, como mostrado em post anterior. Formulou o documento referencial para o turismo para os próximos anos, cuidando para que as descontinuidades que normalmente acontecem, principalmente quando há troca de governo para partidos de posições opostas, não ocorram. Se tratando de um momento delicado no turismo brasileiro, investimentos na infraestrutura turística e nos transportes não são uma escolha de governo e por isso, neste tema, petitas e tucanos parecem concordar.

Contudo, além deste tema quase que obrigatório, o que nossos candidatos tem falado sobre o turismo, além dos eventos?

No mês de setembro o candidato José Serra do PSDB, declarou que o Brasil não possui políticas de governo que de fato desenvolvam o setor. Além disso, disse que pretende incentivar o turismo religioso, que segundo o candidato, "é importante para a espiritualidade da nossa sociedade, para o emprego, para a atividade econômica e para valorizar a sociedade brasileira”. Ele ainda tem junto a si o candidato a vice-presidente Índio da Costa que durante sua carreira política já teve envolvimento em comissões de turismo junto à Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. A candidata do PT, Dilma Rousseff, vem ao longo de sua candidatura repetindo a importância do setor na economia brasileira e em coletiva recente falou sobre o grande potencial natural do país para atrair turistas "de todos os cantos do mundo", e se mostrou interessada em incentivar a "indústria do Turismo". O que parece comum aos dois candidatos, é a manutenção do Ministério do Turismo criado no governo Lula e considerado um importante marco na história das Políticas Públicas de Turismo do país.

Equivocadas, superficiais, absurdas ou não, o fato é que no próximo dia trinta e um de outubro, um deles será eleito para ocupar a cadeira presidencial nos próximos quatro anos, e já que estamos em ritmo de Copa do Mundo, fica a nossa torcida para que além de suas declarações, suas ações sejam favoráveis ao desenvolvimento de um turismo que cresça não só em prol de grandes eventos, gere mais do que "emprego e renda" e vá além de 2016.


Fontes:




sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O CNT e o Documento Referencial para o Turismo no Brasil 2011-2014

Autor: Sérgio Amaral (Ascom/MTur)


O Conselho Nacional de Turismo (CNT) é um órgão colegiado com a atribuição de assessorar o ministro de Estado do Turismo na formulação e a aplicação da Política Nacional de Turismo e dos planos, programas, projetos e atividades derivados.

Atualmente, o CNT é composto por representantes de 69 entidades públicas e privadas e da sociedade civil organizada. É importante ressaltar que a participação dos membros no Conselho é considerada serviço público relevante, não sendo remunerada.

Esse Conselho, em uma ação conjunta com o Ministério do Turismo e com o Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo elaborou o Documento Referencial Turismo no Brasil 2011/2014, norteado pelo princípio de Descentralização da Gestão que vem permeando as políticas públicas de turismo nos últimos anos.

Esse documento dividido em três partes (diagnóstico, cenários e projeções e proposições), formaliza as conquistas, desafios e expectativas do se­tor, para que sirvam de marco de passagem e de ponto de partida para os futuros atores deste processo.

É importante lembrar, que, por estarmos em época de eleições, poderia acontecer um rompimento com a continuidade de ações que até então vêm sendo implantadas no setor de turismo pelo poder público. Assim, a elaboração desse documento tem como objetivo se sobrepor a questões político-partidárias e garantir a continuidade das ações, aprofundar e aprimorar as políticas e pro­gramas para o desenvolvimento do turismo no Brasil.

Independente do candidato eleito nessas eleições espera-se uma continuidade das ações políticas do turismo no Brasil, conforme indicadas nesse documento, já que ele constitui a expressão de um fórum democrático e representativo do turismo no país.

O documento referencial anterior, elaborado em 2006, serviu como base para o Plano Nacional de Turismo 2007-2010. Espera-se que o mesmo ocorra dessa vez, e, conforme indica o documento referencial, a descentralização da gestão (assunto que virá a ser abordado futuramente nesse blog) deve continuar permeando as políticas de turismo, o que influi diretamente na gestão dos destinos turísticos.

Ainda em relação ao CNT, em reunião no dia 22/09/10, presidida pelo atual ministro do Turismo, Luiz Barreto, além da discussão de temas relacionados ao desenvolvimento do turismo, foram escolhidas as entidades integrantes do CNT que terão assento permanente no Comitê Gestor da Copa do Mundo de 2014.


O Documento Referencial do Turismo 2011-2014 e vários outros documentos importantes relativos ao turismo no Brasil podem ser acessados através do link:

http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/publicacoes/

Mais informações:

http://www.turismo.gov.br/turismo/noticias/todas_noticias/20100621-1.html

http://www.turismo.gov.br/turismo/noticias/todas_noticias/20100922-6.html

Fontes:

Ministério do Turismo – Conselho Nacional de Turismo se reúne em Brasília - http://www.turismo.gov.br/turismo/noticias/todas_noticias/20100921-6.html

MTur, Ministério do Turismo. Turismo no Brasil: 2011-2014. Brasília, 2010. Disponível em http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/publicacoes/

Comportamento da Conta Viagens Internacionais

A atividade turística, entre outras coisas, é um agente gerador de divisas. Ao vir para o Brasil, um turista estrangeiro injeta dinheiro novo na nossa economia através de seus gastos. O mesmo acontece quando turistas brasileiros visitam outros países. A Conta Viagens Internacionais registra, no balanço de pagamentos, as entradas e saídas de divisas de um país através de trocas cambiais oficiais e gastos com cartões de crédito internacionais.



Segundo o Banco Central, turistas brasileiros gastaram US$ 1,53 bilhões nos países que visitaram em julho de 2010, o que é um recorde para todos os meses. Nos sete primeiros meses do ano, as despesas com viagens somaram US$ 8,58 bilhões contra os US$ 5,49 bilhões do mesmo período no ano passado. Com isso, se aproximaram do patamar de todo o ano passado, quando somaram US$ 10,89 bilhões.

Em Nova Iorque, por exemplo, as lojas de artigos de luxo já alertaram para o fato e muitas contam com atendentes que falam português, isso porque no comércio da cidade, os brasileiros se tornaram sinônimo de vendas gordas. “Trabalho há quatro anos na loja e, nesse período, o número de clientes brasileiros quadruplicou. Hoje em dia, nas lojas de luxo, só falta colocarem um tapete vermelho para receber os clientes brasileiros” diz Ana Paula, someliére da loja de vinhos Sherry Lehman. Miami e Paris são outras cidades onde os gastos de brasileiros têm alcançado patamares surpreendentes.

Tal comportamento é explicado, segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, pelo crescimento da renda no país e a desvalorização do dólar em relação ao real, o que barateia despesas de viagem cobradas na moeda americana.

Mas e quanto ao turismo doméstico? Dados coletados pela Infraero indicam que em 2009 tivemos 53.915.987 desembarques domésticos, contra os 48.702.482 de 2008. Será que se trata de uma taxa de crescimento razoável para um país com tantos encantos, cuja renda aumentou e a economia expandiu? Deveria o governo investir ainda mais em propagandas e políticas em prol do turismo doméstico ou, na verdade, a decisão de viajar para fora é questão de baixa auto-estima de nosso povo?

Enquanto isso, os gastos de turistas estrangeiros no Brasil nos sete primeiros meses de 2010 chegaram a US$ 3,37 bilhões contra os US$ 3 bilhões no mesmo período do ano passado.


Tudo isso contribuiu para o aumento no rombo das contas externas do país. O mês de julho viu um déficit nas transações correntes de US$ 4,49 bilhões, o pior resultado para o mês desde o início da série do BC (1947), o que pode ser explicado pelo crescimento da economia, que eleva as importações e aumenta o volume de remessas de lucros e dividendos para o exterior.

Para verificar estes e outros dados sobre o desempenho das contas externas do Brasil, inclusive a conta Viagens Internacionais, visite o site do Banco Central, onde constam os balanços de pagamentos mensais, trimestrais e anuais, desde 1947.
Veja aqui o balanço de pagamentos

Fontes:

Revista Veja - edição 2178, ano 43 nº 33 de 18 de agosto de 2010 “A 5ª Avenida agora fala a nossa língua”

G1 - Gasto de turista brasileiro no exterior bate recorde nas férias de julho

G1 - Resultado das contas externas é o pior para um mês de julho

Arte ruim?


Provavelmente muitos de nós já ouviu falar do MoMa, o museu de arte moderna de Nova York. Mas, e do MoBa? The Museum of Bad Art é um museu inteiramente dedicado a artes ruins e artistas digamos, medíocres. Com um slogan de “Arte ruim demais para ser ignorada” são apresentadas na sua coleção obras que foram descartadas, encontradas no lixo ou compradas por menos de US$ 6,50! Segundo o curador Michael Frank o princípio para uma obra entrar no acervo é “ter sido criada por alguém que estava seriamente tentado pelo fazer artístico, mas que errou terrivelmente no conceito ou na execução”. Uma obra de arte é considerada como ruim ou feia quando apresenta um tema considerado grotesco ou se é mal feita. Se Kant afirma que a arte só será arte porque é bela, como pode existir arte ruim e ainda mais, um museu dedicado a elas? Mas saibam que existem estudos dedicados a estética do feio na história da arte. Na filosofia grega, o feio não é somente o contrário do belo, mas também do bom em sentido moral; é o lado escuro, mau, da vida. Com relação à arte, Platão refere-se negativamente ao feio como desarmonia e discórdia. Já Aristóteles considera a legitimidade do feio. Não há na realidade só as coisas belas, mas também as feias. Elas podem ser representadas na arte, desde que sejam de forma artística. O feio inicia sua aparição na arte através de obras de pintores barrocos, como por exemplo Velázquez. Nas suas obras aparecem mendigos, vagabundos, anões e cenas grostescas. Em As meninas (1656) - sua obra prima - entre os personagens aparece uma criada anã, representada para contrapor a beleza da Infanta Margarita, a figura central.


Hegel em Lições sobre Estética (1842), afirma que o prazer que sentimos com o belo é uma forma de satisfação do ser humano. A insatisfação com a feiúra tem origem no desconforto em ter que lidar com o outro. Tudo o que parece ser estranho ou não habitual tende a ser visto com desconfiança. Se pensarmos no turismo como o encontro de pessoas de culturas diferentes, essas considerações são pertinentes. Para que o turismo não seja uma atividade que reforce esse estranhamento é interessante o estudo da estética. Ao compreendermos noções como o juízo de gosto, entendemos a percepção do espectador em relação a cada tipo de obra de arte. Para tanto, a estética será a construção de um olhar mais sensível.


Referência


FIGUEIREDO, Virgínia . Kant: liberdade da forma e forma da liberdade. In: HADDOCK-LOBO, Rafael. Os filósofos e arte. Rio de Janeiro: Rocco, 2010. p. 59-68.

39 anos de Fungetur

Aprovado a partir do Decreto-Lei nº 1.191 de 27 de outubro de 1971, o Fundo Geral do Turismo (Fungetur) tem como finalidade financiar a ampliação, modernização e reforma de empreendimentos turísticos diversos, como hotéis, pousadas, centros de convenções, parques temáticos, ou seja, é uma fonte de recursos bastante útil e que impulsiona o setor turístico nacional.

Contudo, nem sempre foi assim. À época em que foi criado, durante o período da Ditadura Militar, o então presidente Médici não visava o pleno desenvolvimento do turismo no país apenas. Pelo menos não como forma de gerar riquezas, ou diminuir as desigualdades sociais. Inicialmente essa linha de financiamento surgiu, assim como a EMBRATUR em 1966 e a Infraero em 1972, em um contexto no qual a Ditadura Militar lutava para desviar o foco das atrocidades cometidas pelo regime.

O fomento ao turismo nesse período trouxe à luz as belezas naturais cênicas encontradas no país, a promoção da sensualidade da mulher brasileira e a magia do carnaval. Apelos que serviram para amenizar a forte opinião pública negativa que se formava internacionalmente, tendo em vista as privações de liberdades, perseguições e torturas praticadas pela ditadura.

Tamanha utilização política da EMBRATUR, aliada às linhas de crédito fornecidas pelo Fungetur e os incentivos fiscais, ocasionou um boom não só na construção de novos hotéis e pousadas, mas também na vinda de redes e bandeiras internacionais para o Brasil.

Uma grande mudança que observamos no Fungetur portanto, é que no início ele visava financiar mais especificamente a construção de novos meios de hospedagem, ao passo que hoje está mais direcionado à modernização e reforma de hotéis e demais estabelecimentos turísticos, já em funcionamento por pelo menos 3 anos, ou seja, não serve mais para novos empreendimentos.



Ao contratar qualquer tipo de financiamento de um banco, o hoteleiro-empresário estará se endividando, ou seja, a estrutura de capital do seu hotel, que inicialmente era formada por 100% de Capital Próprio, agora começa a ser composta também por capital de terceiros. A composição do capital passa a ser mista e, neste momento, ele acaba de adquirir um credor, no caso o banco.

Como sabemos, não é ruim para uma empresa se endividar. As dívidas de longo prazo, como é o caso de um empréstimo no banco, contribuem para a alavancagem financeira de uma empresa. Ou seja, permite que o proprietário tenha a capacidade de financiar seus projetos internos sem a necessidade de haver dinheiro em caixa ou recursos próprios, potencializando assim, a margem de lucro do empreendimento.

Além disso, o custo do financiamento do capital de terceiros é geralmente menor do que o financiamento via capital próprio, já que permite a redução no valor do imposto devido, sempre motivo de preocupação para qualquer dono de estabelecimento comercial. Uma vez que os juros pagos aos credores são descontados do LAJI (Lucro Antes dos Juros e Impostos) para se chegar ao Lucro Tributável, quanto maior o valor desses juros, menor é o Lucro Tributável, o que consequentemente produzirá um valor menor de Imposto Devido.

No caso do Fungetur, além de gerar essa vantagem, o próprio Decreto-Lei que o criou já previa abatimentos do Imposto de Renda por até 10 anos, como forma de estimular ainda mais a implantação de novos hotéis no país. Essa vantagem extra só foi possível, é claro, uma vez que estamos falando de uma deliberação do Governo Federal. Um banco particular, por exemplo, no máximo conseguiria oferecer taxas de juros mais vantajosas em relação àquelas dos seus concorrentes.

Evidentemente, as vantagens ocasionadas pelo endividamento não devem ser encaradas como motivo para que uma empresa se descuide e contraia dívidas de maneira indiscriminada. Os benefícios da alavancagem financeira só podem ser bem aproveitados a partir de uma boa gestão das finanças da empresa, tanto do ponto de vista do longo prazo, quanto do curto prazo.

Acesse aqui o Decreto-Lei de criação do Fungetur

Referências:

Caixa Econômica Federal - site

DOS SANTOS FILHO, João. EMBRATUR, da euforia ao esquecimento: o retorno às raízes quando serviu à Ditadura Militar. Revista Espaço Acadêmico, nº35; Abril de 2004 -

DOS SANTOS FILHO, João. Ditadura militar utilizou a EMBRATUR para tentar ocultar a repressão, a tortura e o assassinato. Revista Espaço Acadêmico, nº84; Maio de 2008 –

ROSS, Stephen A., Randolph W. WESTERFIELD, Bradford D. JORDAN. Princípios de Administração Financeira. Editora Atlas, 2ª edição, 2002.