Segundo o Banco Central, turistas brasileiros gastaram US$ 1,53 bilhões nos países que visitaram em julho de 2010, o que é um recorde para todos os meses. Nos sete primeiros meses do ano, as despesas com viagens somaram US$ 8,58 bilhões contra os US$ 5,49 bilhões do mesmo período no ano passado. Com isso, se aproximaram do patamar de todo o ano passado, quando somaram US$ 10,89 bilhões.
Em Nova Iorque, por exemplo, as lojas de artigos de luxo já alertaram para o fato e muitas contam com atendentes que falam português, isso porque no comércio da cidade, os brasileiros se tornaram sinônimo de vendas gordas. “Trabalho há quatro anos na loja e, nesse período, o número de clientes brasileiros quadruplicou. Hoje em dia, nas lojas de luxo, só falta colocarem um tapete vermelho para receber os clientes brasileiros” diz Ana Paula, someliére da loja de vinhos Sherry Lehman. Miami e Paris são outras cidades onde os gastos de brasileiros têm alcançado patamares surpreendentes.
Tal comportamento é explicado, segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, pelo crescimento da renda no país e a desvalorização do dólar em relação ao real, o que barateia despesas de viagem cobradas na moeda americana.
Mas e quanto ao turismo doméstico? Dados coletados pela Infraero indicam que em 2009 tivemos 53.915.987 desembarques domésticos, contra os 48.702.482 de 2008. Será que se trata de uma taxa de crescimento razoável para um país com tantos encantos, cuja renda aumentou e a economia expandiu? Deveria o governo investir ainda mais em propagandas e políticas em prol do turismo doméstico ou, na verdade, a decisão de viajar para fora é questão de baixa auto-estima de nosso povo?
Enquanto isso, os gastos de turistas estrangeiros no Brasil nos sete primeiros meses de 2010 chegaram a US$ 3,37 bilhões contra os US$ 3 bilhões no mesmo período do ano passado.
Tudo isso contribuiu para o aumento no rombo das contas externas do país. O mês de julho viu um déficit nas transações correntes de US$ 4,49 bilhões, o pior resultado para o mês desde o início da série do BC (1947), o que pode ser explicado pelo crescimento da economia, que eleva as importações e aumenta o volume de remessas de lucros e dividendos para o exterior.
Para verificar estes e outros dados sobre o desempenho das contas externas do Brasil, inclusive a conta Viagens Internacionais, visite o site do Banco Central, onde constam os balanços de pagamentos mensais, trimestrais e anuais, desde 1947.
Fontes:
Revista Veja - edição 2178, ano 43 nº 33 de 18 de agosto de 2010 “A 5ª Avenida agora fala a nossa língua”
G1 - Gasto de turista brasileiro no exterior bate recorde nas férias de julho
G1 - Resultado das contas externas é o pior para um mês de julho
Com essa onda de mega eventos que o país vai receber, já era de se esperar que as campanhas de divulgação do Mtur se voltassem com tanta intensidade para o exterior. Acho que poderia se tentar encontrar um equilíbrio, pois, como a Nathália destacou a nossa renda aumentou e o Real está estável, então a tendência é que os brasileiros se mandem pro exterior. Se houvesse uma propaganda mais intensa dos destinos domésticos para o mercado interno, o brasileiro perceberia que não precisa atravessar um oceano para ter uma experiência turística memorável, e o turismo interno estaria com um desempenho muito melhor.
ResponderExcluirPois é Nat... apesar disso, o Ministro aponta o turismo doméstico como um dos fatores para o resultado positivo do turismo no ano...veja: http://www.turismo.gov.br/turismo/noticias/todas_noticias/20100922-6.html
ResponderExcluirAcho que é um bom assunto para um próximo post, não?
Eu não sei como o governo ainda não investe de forma efetiva no turismo doméstico! Primeiro temos que arrumar a casa, chamar os amigos mais próximos para assim conseguir o sucesso da festa chamando o pessoal de fora... porém, a visão do governo é mto fechada (ou de olho no lucro a curto prazo) p pensar assim né...
ResponderExcluirPois é gente, mas será que trata-se apenas de uma negligência do governo, ou o brasileiro é que não quer olhar para o próprio país? Parece que a questão é maior, como já dizia Nelson Rodrigues sobre o nosso "complexo de vira-latas", isto é, a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo, não é prof. João?
ResponderExcluirSerá que dizer que "o melhor do Brasil é o brasileiro" adianta?
Cara, eu concordo com isso que vc falou Natália, mas se fosse pra colocar numa balança o que pesa mais nessa questão de se aproveitar pouco o mercado doméstico, eu acho que o peso maior seria o da responsabilidade do governo. Por mais que tenhamos por natureza essa supervalorização do que é estrangeiro, eu acho que isso é muito por conta da propaganda estrangeira, com filmes, seriados, músicas, etc, e o status também. Se houvesse propaganda mais intensa das entidades do turismo internamente, nós seríamos também afetados e influenciados por essa mídia, e o destino doméstico passaria a crescer em valor, que que achas?
ResponderExcluirMe parece que as progagandas do governo são fraquinhas, sempre aquelas coisas estereotipadas dos sotaques, principais atrativos turísticos... Acho que poderiam ser melhor elaboradas. Talvez seja realmente um ponto a ser trabalhado.
ResponderExcluirSensacional galera!
ResponderExcluirMais uma notícia fresquinha, primeiro Nova Iorque, agora Miami também foca o nosso mercado!
http://www.panrotas.com.br/noticia-turismo/eventos/brasil-e-foco-de-miami-na-busca-por-mais-negocios_61989.html
Ai ai minha gente, tanta praia por aqui!! rsrs
O "sensacional" foi ironia tá?
ResponderExcluir