Sabe-se que o turismo é considerado supérfluo na escala de necessidades do indivíduo (para mais detalhes, leia a Teoria das necessidades humanas de Maslow). Seu produto somente será consumido após termos satisfeito as necessidades primeiras, tais como, alimentar-se, vestir-se e etc. Portanto, uma pessoa ou família, conforme cresce sua renda, começa a usufruir de outros serviços e bens até então não contemplados por seu orçamento.
Segundo o ministro Luiz Barreto, “um alargamento do mercado de consumo do país com a entrada de mais de 20 milhões de brasileiros na classe média refletiu no aumento do número de viagens nos últimos dois anos".
A recuperação econômica, o aumento da confiança do consumidor, a desvalorização do dólar em relação ao real (o que, como já visto em posts anteriores, barateia os pacotes turísticos) e as facilidades de financiamento são os principais responsáveis pelo fenômeno, que faz com que a classe C consiga encaixar viagens em seu orçamento.
A companhia aérea TAM, por exemplo, anunciou uma parceria com o Itaú Unibanco para financiar passagens em até 48 vezes. De acordo com a companhia, a nova parceria tem o objetivo de trazer para aviação civil pessoas que hoje estão habituadas a fazer viagens de longa distância de ônibus.
Já a GOL abriu sua primeira loja com a bandeira Voe Fácil no Largo 13 de Maio, em Santo Amaro, reduto de comércio popular de São Paulo. Por meio do programa, o cliente pode parcelar viagens em até 36 vezes. A renda mínima para se obter o cartão, de acordo com a empresa, é de um salário mínimo.
Enquanto isso a Caixa Econômica Federal firmou parceria com a Associação de Agências de Viagens do Interior do Estado de São Paulo (Aviesp) prevendo o financiamento de pacotes turísticos em até 24 meses, com valor máximo de R$ 10 mil por pessoa. O crédito faz parte do programa Crediário Caixa Fácil Turismo.
"As empresas do segmento de turismo, afinadas com o crescimento do poder de consumo das classes C e D, podem oferecer a esse público novas opções de lazer com formas de pagamento adequadas ao seu orçamento", destacou a instituição. Segundo dados do Ministério do Turismo, o banco responde por 63% do volume de recursos dos bancos oficiais direcionados para o setor.
"Depois da troca da geladeira e do fogão, a viagem com a família é o novo sonho possível do brasileiro", diz Guilherme Paulus, presidente do Conselho de Administração da CVC, o maior grupo empresarial do setor na América Latina.
Neste cenário, gestores de empresas e destinos turísticos deverão repensar suas estratégias administrativas, tendo em vista o perfil de gastos e consumo destes novos turistas.
Referências:
Classe C dá fôlego ao crescimento do setor de turismo
TAM parcela em até 48 vezes e Gol abre loja para conquistar a classe C
Caixa faz acordo com agências do interior de SP para financiar viagens
MASLOW, A. Motivation and Personality, 2 ed., Harper & Row, 1970.
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