Há 15 anos viajar de avião era um privilégio de poucos cidadãos brasileiros, em função principalmente dos preços das passagens. Hoje, já é notório o grande crescimento no número de pessoas viajando, consequência da diminuição no valor das tarifas aéreas. Conforme reportagem no site economiaSC, dados da Infraero mostram que o movimento nos aeroportos do país está crescendo rapidamente: de 2003 para 2010, por exemplo, o aumento foi de 117%, saltando de 71 milhões de passageiros para 154 milhões.
Com o setor aquecido, novas companhias aéreas vão surgindo e aquelas já existentes no mercado buscam se diferenciar, com o intuito de se tornarem mais atrativas. Muitas buscam atrair consumidores principalmente através do valor de suas tarifas, aplicando promoções, por exemplo. A Tam pode ilustrar esta questão, quando colocou no mês de março suas passagens com até 90% de desconto.
É importante lembrar que um dos meios de comunicação mais utilizados pelas empresas aéreas para divulgação de suas informações e venda de seu serviço é a internet. Os consumidores estão cada vez mais familiarizados com esta tecnologia, o que os levam a comprarem serviços turísticos diretamente com os fornecedores, tornando-se mais independentes das agências de viagens. Isso caracteriza o que chamamos de processo de desintermediação.
Destaca-se neste contexto o impacto da tecnologia no mercado das agências de viagens. O diretor da ITM Agência de Viagens, Mauricio Voss, acredita que as conseqüências da globalização são um dos maiores desafios dos agentes. "A figura do agente de viagem não é mais tão necessária como antigamente. É uma profissão que se mostra um tanto dispensável em alguns casos. A nova geração já está muito informatizada e acaba tirando uma fatia do nosso mercado", diz Mauricio.
Mas, não se pode pensar que a internet tenha somente dificultado o trabalho dos agentes de viagens. Conforme escrito na reportagem, o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens de Santa Catarina (Abav), Eduardo Loch, argumenta que "o mundo se modernizou e o agente de viagem também". Para conseguir continuar atraindo clientes, o que as agências oferecem é uma consultoria de viagem. Através dos diversos sites aos quais têm acesso, os agentes podem verificar qual a melhor tarifa, a que mais se adequa ao cliente e informar sobre a documentação necessáriaauricio lembra que o passageiro "não sabe até onde as informações disponibilizadas nos sites têm validade", a agência, por outro lado, tem a obrigação de ter as informações atualizadas.
No que se refere à comissão paga pelas companhias aéreas aos agentes de viagens, observa-se no Brasil uma grande dificuldade de se estabelecer a melhor maneira de comissioná-los. Antigamente, todos os bilhetes aéreos tinham no seu custo um percentual pré-determinado de 10%, que seria a remuneração das agências. Hoje as companhias pagam um adicional cobrado sobre o preço da passagem, que era chamada de taxa DU mas, devido a proibição desta denominação para esse tipo de cobrança, as companhias aéreas passaram a adotar nomes diferentes. O valor varia entre 6% e 10% do valor da passagem, dependendo do destino e do preço do bilhete.
Muitas companhias aéreas negociam seus bilhetes com as agências consolidadoras, que são aquelas responsáveis em intermediar o processo de distribuição e venda de passagens aéreas para agências de viagens que não apresentam credenciamento para este fim. As companhias aéreas consideram mais fáceis trabalhar com poucas agências consolidadoras, ao invés de inúmeras agências de viagens. Isso se dá pelo fato de procurarem por uma melhor administração de suas vendas, além de amenizar problemas relacionados a falta de pagamentos.
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