Nos próximos quatro anos, o Brasil
sediará grandes eventos internacionais para os quais espera receber cerca de
três milhões de turistas, dos quais dois milhões serão estrangeiros e o outro
um milhão de turistas do próprio país, circulando entre os estados (Placar de Hotelaria,
2011). Pensando
nisso, a rede hoteleira carioca começou a se preparar para receber esta
demanda, objetivando comportar esse elevado número de pessoas, com padrão de
qualidade internacional.
Figura 1 -
Logotipo Oficial da Copa do Mundo no Brasil (FONTE: Portal 2014)
Segundo a Rio Negócios Business
(2012), a cidade
ganhará oitenta e cinco novos hotéis até 2016, ano das Olimpíadas no Rio. Serão
construídos cerca de dezessete mil novos quartos e o total de unidades
habitacionais (UH) deve superar a meta estabelecida pelo Comitê Olímpico
Internacional (COI), que é a criação de quinze mil novos quartos na cidade. A
cidade do Rio de Janeiro possui, atualmente, cerca de vinte e seis mil quartos (RIOTUR,
2012).
Figura 2 -
Logotipo Oficial dos Jogos Olímpicos do Brasil (FONTE: Rio 2016)
Conforme informações da RIOTUR (2012), a Prefeitura da cidade vem concedendo incentivos para
que novos hotéis sejam instalados, tais como redução de ITBI na aquisição,
redução do IPTU na construção e permissão para que áreas comuns do prédio não
entrem no gabarito, permitindo assim que se tenha um prédio com mais unidades
habitacionais, devido ao código de obras da cidade.
É interessante notar que a hotelaria
carioca está sendo ampliada, basicamente, em quatro regiões: a região da Barra
e adjacências receberá trinta e oito novos empreendimentos hoteleiros nos
próximos anos, de diversas categorias, e possui dois hotéis em expansão; a
região de Copacabana (que envolve toda a zona sul) receberá trinta e três novos
hotéis e possui três em expansão; a região do Maracanã (que inclui o centro,
Porto e Del Castilho), terá doze novos empreendimentos e duas ampliações e, por
último, a região de Deodoro que inclui dois lançamentos na Ilha.
Embora alguns desses novos hotéis
sejam de administração familiar, a grande maioria deles é fruto do investimento
de redes hoteleiras internacionais na cidade, como no caso da rede Starwood que
administra a bandeira Sheraton, e que estuda a possibilidade de criar um hotel
design no Rio de Janeiro, também de olho nesses grandes eventos que acontecerão
na cidade (Rio Negócios Business, 2012).
Também já licenciado pela prefeitura,
o segundo hotel da rede Hyatt está próximo de sua implantação. Situado na Avenida Lucio Costa, na Barra da Tijuca,
região que receberá o maior número de novos hotéis, por conta da proximidade
com estádios que serão palcos dos Jogos Olímpicos (Rio Negócios Business, 2012).
A maior exceção talvez seja a rede Windsor, pois
é uma rede hoteleira com capital exclusivamente nacional, que conta hoje com
onze hotéis na cidade do Rio de Janeiro e com mais dois empreendimentos em
construção. A rede foi uma das beneficiadas com os incentivos concedidos pela
prefeitura da cidade. Em recente visita técnica promovida pelo Curso Superior
de Tecnologia em Hotelaria da Universidade Federal Fluminense, a gerente de
Recursos Humanos do Hotel Windsor Barra, senhora Tatiana Milito, informou que a
Rede Windsor pretende estar com os hotéis prontos até 2014, quando sua maior
necessidade passará a ser a mão de obra qualificada. Destacou a importância de
se cursar hotelaria nesse momento da história hoteleira da cidade, no qual
pessoas capacitadas e comprometidas serão disputadas pelo mercado. Por este
motivo, a rede criou uma Escola de Hotelaria, na qual pretende treinar e formar
profissionais, visando a captação dos melhores alunos para atuar em sua própria
rede.
Analisando as datas previstas para
inauguração dos hotéis citados, que vão de 2014 a 2016, podemos destacar que este
é o momento propício para aqueles que pretendem se qualificar em hotelaria, pois
não haverá tempo hábil para o treinamento dos novos contratados e será preciso
manter um padrão internacional de produto e de serviço. Para a operação das
novas unidades hoteleiras previstas, estima-se a abertura de cerca de quarenta
mil novos postos de trabalho (Rio Negócios Business, 2012), entre eles recepcionistas, garçons,
camareiras, chefes de cozinha, etc.
Mas a pergunta que não quer calar: esses
novos hotéis sobreviverão após esses mega eventos? O que podemos dizer é que toda
a cadeia hoteleira passará por um grande desafio, pois a sobrevivência em meio
a esse novo ambiente de grandes hotéis, de redes internacionais, de alto padrão
de serviço e maior oferta, será certamente um período de maior desafio para os
hotéis menores e sem o apoio de uma bandeira internacional. A cada um deles,
será necessário criar estratégias para captação de hóspedes e trabalhar em
conjunto na captação e fomento de eventos para os seus espaços. Além disso, o
aumento da oferta fará com que a excelência do serviço de uns se sobressaia
perante outros, selecionando o produto mais adequado para cada tipo de público
na cidade.
Referências:
Rio 2016. Site Oficial dos Jogos Olímpicos no Brasil.
Disponível em: <http://www.rio2016.org/>. Último acesso em setembro de 2012.
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