A diversificação
da oferta turística mundial em relação às tendências da demanda, entre outros
fatores, ocasiona a expansão do mercado e o surgimento e consolidação de
variados segmentos turísticos. A segmentação é entendida como uma forma de
organizar o turismo para fins de planejamento, gestão e mercado. Os segmentos
turísticos podem ser estabelecidos a partir dos elementos de identidade da
oferta e também das características e variáveis da demanda (OMT, 2001).
Um desses
segmentos turísticos é o turismo de natureza, o qual é o foco desta matéria.
Nos últimos anos a preocupação pelos problemas ambientais cresceu muito,
estimulando turistas a entrarem “em contato” com a natureza e utilizar todo seu
potencial, nem sempre de forma correta, prejudicando o meio ambiente. Porém, quando
se trata de um turismo bem planejado, transforma-se em um interessante fator de
desenvolvimento econômico, cultural e político para a região em que está sendo
implantado.
Desse modo, as relações de hospitalidade
que se estabelecem entre os grupos de turistas, pertencentes a diversas
culturas, com a região que os recebe são um dos resultados da atividade
turística. Com isso, a partir do momento que essas relações se desenvolvem
dentro de padrões de respeito, mantendo compromissos com o futuro tanto da região
receptora quanto do meio ambiente, há o estabelecendo da interação e acolhimento
entre ambas as partes.
De acordo com McKercher
(2002), no termo turismo de natureza pode-se incluir uma enorme variedade de tipos
de turismo, dentre eles o ecoturismo, o turismo rural, turismo de observadores
de pássaros ou de baleias, turismo de safáris fotográficos, turismo de
aventura, turismo sustentável e outras formas de turismo envolvendo o meio
ambiente. Com relação ao turismo de natureza, o ambiente natural se constitui
na principal base de desenvolvimento e sustentação.
Fonte: Google Imagens
É cada vez mais comum todas
essas segmentações de turismo citadas no parágrafo anterior serem rotuladas
como ecoturismo. Entretanto, o termo turismo de natureza é mais
abrangente, englobando todos esses tipos de turismo. Já o ecoturismo tem como definição,
de acordo com a OMT (2004), ser um segmento
da atividade turística que utiliza de forma sustentável o patrimônio natural e
cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência
ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das
populações envolvidas.
O interesse global por
temas ambientais fez crescer o desejo das pessoas de experimentar atrações ao ar
livre. O anseio por um estilo de vida mais saudável instigou uma parcela de turistas
a abandonar as tradicionais férias de sol, areia e mar por alternativas que
englobassem o meio ambiente.
Existem vários exemplos do
turismo de natureza englobando outros segmentos. Como exemplo, temos o turismo
rural que consiste em um tipo de turismo que explora o meio rural, tendo como
principal atrativo a forma de vida na zona rural. Esse tipo de turismo ocorre em
fazendas onde há uma produção agropecuária ativa, possibilitando um contato direto
do turista com a cultura e o dia-a-dia de uma fazenda.
Fonte: Google Imagens
Outro exemplo a ser
mencionado é o caso do turismo de aventura, o qual turismo de natureza também abarca.
No turismo de aventura o turista busca atividades radicais, de aventura, com
caráter recreativo. Esse tipo de turismo pode ocorrer em qualquer espaço, seja
ele urbano, rural, natural ou construído. Porém, a grande procura é por atividades
que envolvam a natureza, como o rapel, arvorismo, trekking, rafting, off-road, asa delta, balonismo, parapente, tirolesa,
escalada, bungue jump e uma série de
outras atividades que proporcionem uma sensação de aventura em meio natural. Vale
ressaltar que essa tipologia de turismo está muito ligada ao interesse e necessidade
da população buscar uma sensação de liberdade, fugindo assim da correria das
cidades.
Fonte: Google Imagens
Portanto, é de consenso que
o turismo de natureza quando mal explorado pode deixar sequelas graves ao meio
ambiente, como o fim de recursos naturais, que são essenciais não só para o
turismo, mas para toda a sociedade em geral, poluição de fontes de águas
minerais, desmatamento de florestas, extinção de animais, além de uma série de
outros danos. Logo, não só o turismo de natureza, mas também outras
segmentações de turismo devem ser desenvolvidas de maneiras responsáveis, havendo
sempre um monitoramento e planejamento das regiões e áreas receptoras da
prática turística.
Flora Thamiris R.
Bittencourt
Monitora de Hospitalidade
Referências:
FARIA, Dóris Santos de; CARNEIRO, Kátia
Saraiva. Sustentabilidade ecológica no turismo. Brasília: UnB, 2001.
McKercher, Bob.
Turismo de natureza: planejamento e
sustentabilidade. São Paulo:
Contexto, 2002.
OMT. Introdução ao turismo. São Paulo: Rocca, 2001.
OMT. Desenvolvimento sustentável do ecoturismo. São Paulo: Rocca, 2004.
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